ROCKPAGES.GR ENTREVISTA MARKUS GROSSKOPF


Durante a passagem do Helloween por Atenas pela Hellish Rock Tour - Part II o site Rockpages.gr entrevistou o baixista Markus Grosskopf. Leia abaixo a entrevista completa.

O impressionante ônibus da turnê do Helloween está estacionado bem em frente ao Fuzz Club de Atenas onde a atração alemã apresentará, logo mais, um dos mais bombásticos – se não, o mais bombástico de todos – shows em solo grego. Markus Grosskopf pacientemente nos aguarda e, como sempre, munido com alguma piada nova, e Dani Löble – como o grande cavalheiro que é – nos oferece uma dose de Whisky às 5:00 da tarde! E enquanto o nosso câmera ajusta o equipamento dele, eu me encontro sentado confortavelmente ao lado de Markus, além de... um chapéu (parecido com aquele icônico usado pelo Slash só que...roxo)

Entrevistador: Sakis Nikas
Tradução: Ana  Leary

Rockpages.gr: Você está novamente em tour com o Gamma Ray. E, você deve saber que é um grande sonho realizado para todos os fãs de Power metal. Até o momento, como está sendo esta turnê?

Markus Grosskopf: Está correndo tudo muito bem... Este é apenas o 5º ou 6º show que estaremos realizando hoje à noite aqui em Atenas. Até o momento, as pessoas parecem estar gostando bastante dele. Nós estamos recebendo uma boa resposta do público e, é claro, que isto nos motiva para os próximos shows. Está cada vez melhor e melhor... e se superando. (risos)


Rockpages.gr: Vocês acabaram de lançar o mais recente álbum, chamado: “Straight Out Of Hell”. Apesar de saber que ainda é muito cedo e que vocês todos são muito apegados às músicas, como você se sente em relação ao álbum e se ele é uma aquisição que vale a pena na tão rica discografia do Helloween?

Markus Grosskopf: Yeah... Ele tem um pouco do que é tradicional no Helloween, um pouco de guitarras duplas..., bastante harmonias, corais. Nesse sentido, temos um álbum bem clássico do Helloween, mas com muitos elementos do início do som da banda ou algo parecido.

Rockpages.gr: Vocês incluíram uma versão em órgão de “Burning Sun” e a dedicaram ao saudoso Jon Lord. Quem teve esta ideia e qual o seu álbum preferido do Deep Purple e por quê? 

Markus Grosskopf: Oh, há inúmeros álbuns do Deep Purple que eu gosto. Eu não tenho um preferido. Eu tenho o Deep Purple como um pedaço de uma grande arte em pacote fechado, sabe... É muito difícil escolher um álbum como preferido, mas”..., pelas lembranças que tenho por “Perfect Strangers” ou pelas que tenho por “ Fireball” e assim por diante. Este era um tempo que nós fazíamos um álbum enquanto eles faziam “Perfect Strangers”, mas eu realmente não consigo escolher um álbum como preferido... e qual era a outra pergunta?

Rockpages.gr: Quem teve a ideia de incluir...

Markus Grosskopf: Nós já tínhamos essa versão em órgão antes do falecimento dele. Então, quando aquela coisa terrível aconteceu, Weiki (Michael Weikath) sugeriu que seria uma boa ideia impactar as coisas um pouco; como respeito a tudo que eles fizeram... ao que ele fez, propriamente. Aquilo foi feito antes do falecimento dele, mas nós já tínhamos essa ideia de dedicar a ele como uma forma de respeito. 


Rockpages.gr: A formação da banda permanece a mesma desde 2005. Quão importantes foram as adições de Sascha (Gerstner) e Dani (Loble) ao som do Helloween como um todo? 

Markus Grosskopf: Assim, nós começamos com a bateria no estúdio, o que me inspira bastante como baixista e, é claro, também no que eu desejo fazer, pelo que eu sou capaz de realizar numa faixa que me traz ideias de como devo seguir as linhas, as notas, mas ainda, tentando algumas outras coisas interessantes ao mesmo tempo.

O Sascha tem um estilo próprio para compor. É algo bem revigorante, ele tem ideias que eu não teria, então é ótimo ter alguém fazendo algo diferente de você, Andi ou Weiki. Isso proporciona à banda uma grande variedade de estilo e mesmo assim continua sendo o Helloween que todos conhecem... E eu adoro isto. 

Rockpages.gr: Uma característica marcante desta formação é que cada um dos membros da banda – com exceção do Dani – contribui nas composições de um álbum. Existe de fato uma democracia no Helloween ou talvez o Andi ou o Michael que apontam a direção musical? 

Markus Grosskopf: Não, nós temos todas essas músicas porque quando você tem mais de 1 ou 2 compositores, no final do dia, você tem bastante material; na realidade, muito mais do que você precisaria para um álbum. É apenas uma questão de decidir que cor você quer no álbum; que tipo de álbum você quer ter. Então, você precisa achar quais músicas encaixam melhor com as outras e depois, você encontra o retrato final. Tudo é uma questão de saber que tipo de álbum você pretende fazer. Isto é algo bem difícil às vezes, mas é uma decisão da banda, e depois, o empresário apresenta suas sugestões...

O Charlie Bauerfiend tem uma grande parcela na produção do Helloween. E, por fim, gravamos todas essas músicas; encontrando uma direção, conseguindo algo mais nessa mesma direção..., um pouquinho mais..., até que fechamos o retrato por completo. Não é nada fácil, porém uma vez que você entende como fazer, é mais fácil para se concluir. Mas, primeiro você precisa encontrar a linha que irá seguir. É um processo bem complexo, mas tem dado certo.

Rockpages.gr: Os últimos três álbuns de estúdio do Helloween têm mais ou menos a mesma atmosfera/feeling. Mesmo os títulos são bem ligados, como nós vemos em: o demônio, os pecadores e, agora, inferno. Você concorda com isso e acredita esta seja uma fórmula de sucesso encontrada para o direcionamento da banda e que os fãs também parecem aprovar?

Markus Grosskopf: Nós brincamos com clichês... Não é algo do tipo eu quero viver no inferno, porém, existe céu e inferno..., o mal e o perverso. E, se você me perguntar, tudo isso está dentro de nós. Não importa se você acredita em Deus ou não, existem coisas boas e ruins. O Helloween brinca com isso e esses clichês dão uma boa base para as letras e todos aqueles outros encontrados no Heavy Metal. E isso combina bastante com as demais coisas do Heavy Metal. Eu apenas gosto de brincar com isso e não levar tão a sério; apenas vejo como um piscar de olhos... Eu apenas gosto. E, dentro disso tudo você insere alguma “sabedoria” e chega ao Helloween..., sem levar isso bem a fio, mas tendo vários elementos sérios.


Rockpages.gr: O Helloween e o Gamma Ray são as bandas de Power Metal de maior sucesso de todos os tempos. Haverá algum dia outra banda tão vitoriosa como estas duas e onde você acha que está o futuro da cena do metal europeu? 

Markus Grosskopf: Wow, nós veremos! Acredito que serão mais alguns anos de turnês e depois, o tempo dirá... Eu não consigo enxergar o futuro. Já existem algumas bandas que já chegaram lá, mas eu não sei..., temos bandas como Edguy e diferentes outras vindas da Europa. Nós ainda estamos aqui; o Gamma Ray também..., eu não imagino o que pode acontecer nos próximos 10-15 anos, mas haverá Metal; isto é fato! Ele nunca se foi de fato, mesmo quando estava acontecendo àquela fase Nirvana... Eu imaginava que eles tinham umas faixas arrasadoras, mas nunca entendi porque você tinha que não gostar de um tipo de música só porque gostava de outro. Eu acho que você pode gostar de ambos.

Durante a década de 90, nós ainda fazíamos turnês; ainda fazíamos metal e tínhamos fãs indo aos shows. Acredito que, aconteça o que acontecer, nós ainda estaremos por aqui nos próximos 10-15 anos..., qualquer que seja a nova onda em destaque na cena musical. O que eu realmente sei é que tudo que sobe, desce..., e novamente torna a emergir... Alguns programas de TV têm nos mostrando isso. Algo que não acontecia em anos, sabe alguns programas “fora da cena do metal”, andam nos requisitando para entrevistas. Isso não era assim há alguns anos atrás. Apenas a mídia especializada no metal que demonstrava interesse no Helloween, então, eu posso dizer que o Helloween continuará por aí, mesmo que a mídia não especializada se interesse!

Nós não dependemos deles. Nós estamos em turnê constantemente e as pessoas vêm aos shows. A venda dos álbuns oscila, agora anda subindo um pouco novamente..., pois todos sabem a situação que o mercado se encontra, mas as turnês ainda estão acontecendo para o Helloween. Nós estamos sempre na estrada e podemos dizer que ele (nota do editor: o metal) também estará lá. E isto é algo que nunca mudou. 


Rockpages.gr: Eu irei dizer um nome e você me responderá a primeira palavra ou frase que vier a sua cabeça ... 

Markus Grosskopf: OK

Rockpages.gr: Weiki 

Markus Grosskopf: Ohh...um bom menino; um bom amigo. Um bom camarada.

Rockpages.gr: Kai Hansen 

Markus Grosskopf: (risos) Um bom amigo, um bom menino (risos)! Um bom cantor; um excelente guitarrista. 

Rockpages.gr: Michael Kiske

Markus Grosskopf: Um ótimo cantor ... Michael Kiske é um vocalista brilhante

Rockpages.gr: Helloween 

Markus Grosskopf: Minha vida.

Rockpages.gr: Grécia

Markus Grosskopf: Uma parte da minha vida porque estou aqui agora (risos). “Geia mas!” (tradução: Saúde, em grego)

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1 Comentários

  1. Excelente entrevista...e mostra o amor que o Markus tem pelo helloween...foda!

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