20 ANOS SEM INGO SCHWICHTENBERG


Hoje, 08 de março de 2015, completa 20 anos que o mundo da música perdeu o baterista Ingo Schwichtenberg, um dos principais responsáveis pelo que o Helloween é hoje e todo o sucesso que a banda alcançou nos anos 80. Abaixo fica a história de alegrias e tristezas do baterista.

Ingo Schwichtenberg nasceu em Hamburgo na Alemanha no dia 18 de Maio de 1965.

Seu primeiro instrumento foi uma flauta e depois um clarinete. E depois ele quis uma guitarra mas sua família não concordou e então após ver um ensaio de uma banda no porão de uma centro de juventude em Hamburgo ele pediu para que eles comprassem uma bateria e então concordaram e ele ganhou sua primeira bateria em 1979 com 14 anos de idade. Ingo morava na mesma rua que Kai Hansen e algum tempo depois, já em 1980 Ingo encontrou Kai no mesmo porão praticando e então lhe perguntou se ele não estava precisando de um baterista e então Kai o levou para sua banda que após mais ou menos seis meses, contou ainda com a entrada do baixista Markus Grosskopf.

Foi ai que a banda acabou mudando o nome de Gentry para Second Hell e após dois anos ocorreu uma nova mudança no nome, a banda passou a se chamar Kronus, nome que durou muito pouco na banda que mudou novamente o nome, desta vez para Iron Fist. Durante esse período, Ingo viu a banda passar por uma das mudanças mais importantes de sua história, o vocalista e guitarrista Piet Sielck (Iron Savior) deixou a banda e Michael Weikath ocupou seu lugar, deixando a banda com a primeira e clássica formação do Helloween.

Em 1983, Ingo sugeriu uma nova mudança de nome para a banda, para que ela passasse a se chamar Helloween, todos aprovaram a ideia e o baterista desenvolveu uma abóbora para ser o mascote e simbolo da banda.

Após shows em bares por Hamburgo e outras cidades da Alemanha, a banda foi convidada no ano de 1984 para participar da coletânea Death Metal pela Noise Records que serviria para divulgar novas bandas e junto com o Helloween participaram também Running Wild e Dark Avenger da Alemanha e
Hellhammer da Suíça.

Após a gravação desta coletânea que continha duas músicas sendo elas "Oernst Of Life" e "Metal Invaders", a banda assinou contrato com o selo Noise Records e gravou seu primeiro EP auto- intitulado contendo 5 músicas todas escritas por Hansen e Weikath. E então Ingo saiu com a banda para sua primeira turnê pela Alemanha tocando junto com as bandas Faithful Breath e Grave Digger, e no mesmo ano de 1985, Ingo gravou com o Helloween o primeiro álbum "Walls Of Jericho".

Com o sucesso e as excelentes notas recebidas pelo álbum, Ingo sai em turnê com o Helloween em 1986 junto com as bandas Grave Digger e Celtic Frost, também tocando em festivais como Aardshock Festival na Bélgica e na Holanda e no One Way To Rock Festival na Alemanha. Mas foi no final do ano seguinte que a carreira de Ingo e do Helloween realmente daria um salto, com a entrada de Michael Kiske assumindo os vocais da banda e Kai Hansen apenas tocando guitarra, o grupo lançou no ano de 1987 um dos maiores clássicos do heavy metal, "Keeper Of The Seven Keys - Part 1", época também que Ingo ganhou seus primeiros prêmios como baterista: Baqueta de Prata do Vünksh Vast Vha Festival, Prêmio Bateria III, Besten Schlagzeuger In Der Saison (Melhor Baterista da Temporada) e fez 91 shows pela turnê do mesmo álbum.

No ano seguinte a banda lançou "Keeper Of The Seven Keys - Part 2" e teve mais sucesso do que com o antecessor e saindo em grande turnê tocando pelos maiores festivais europeus como Monsters Of Rock e uma pequena turnê com o Iron Maiden, fazendo até uma grande turnê pelos Estados Unidos com as bandas Anthrax e Exodus.

Ingo tinha uma apelido entre os amigos da banda, "Mr. Smile" (Senhor Sorriso) devido ao fato de ele estar sempre sorrindo. Kai dizia: é difícil aparentar ser mau e ele sorrir igual idiota e devido a isto ele teve uma pequena briga com Kai Hansen na gravação do clipe de "I Want Out", pois Ingo deveria surgir da piscina sem sorrir e cantar o refrão da música para a câmera, mas ele sempre surgia da água sorrindo e a banda foi obrigada a cortar a cena antes que seu rosto aparecesse.

Época também de muitos prêmios para Ingo, "Baterista da Europa" e "Baquetas de Ouro de Hamburgo". Neste período viu um de seus amigos sair da banda, Kai Hansen deixou o Helloween em 1989 e para seu lugar entrou Roland Grapow (ex-Rampage).


Em 1991 o Helloween mudou um pouco sua sonoridade lançando o álbum "Pink Bubbles Go Ape", álbum que não fez o mesmo sucesso que seus antecessores e devido a problemas legais a banda não fez nenhum show neste ano. Mas Ingo junto com o baixista Markus Grosskopf fez alguns shows pelos bares de Hamburgo com a banda Doc Eisenhauer. Em 1992 após a resolução de alguns problemas, o Helloween voltou aos palcos e fez um pequena turnê para divulgar o "Pink Bubbles Go Apeque teve em alguns shows como banda de abertura o próprio Doc Eisenhauer que no mesmo ano lançou seu primeiro álbum, que contem a única gravação do Ingo tocando bateria fora do Helloween, na música Pharao que também conta com a participação de Markus. No mesmo ano Ingo deu uma entrevista dizendo quais eram as coisas vitais da sua vida, Ingo respondeu: com certeza minha mulher que eu amo, meu filho, meus pais, amo tocar bateria, minha saúde e claro… o Helloween.

No ano seguinte já com muitas brigas internas na banda é lançado o último álbum com Ingo na bateria do Helloween, o "Chameleon", que não agradou muito Ingo que chegava a chamar Windmill de "Shitmill" segundo o guitarrista Michael Weikath e sua mulher o deixou no mesmo ano fugindo com seu vizinho e amigo, apenas deixando o filho do casal e um bilhete, que dizia: cuide de nosso bebê. Ainda em 1992 após sair de um show, Ingo recebeu uma ligação dolorosa: o carro onde seu filho e sua babá estavam sofreu um acidente sem sobreviventes. Na época Ingo já usava drogas, anti-depressivos e abusava do álcool e sua esquizofrenia atacava frequentemente e durante um show em Hiroshima, no dia 2 de Outubro de 1992, foi tirado a força do palco após ter um ataque de memória e a lembrança da morte de seu filho, comum na esquizofrenia, resultando em um choro que não parava e o incapacitava de começar o show.

A briga entre Kiske e Weikath se consumou e os dois não se falaram mais. Weikath, assumiu o posto de líder da banda, chamou outro baterista para substituir o "Senhor Sorriso" que não tinha condições de continuar a turnê, pois tinham um contrato para cumprir. Ritchie Abdel Nabi foi o substituto temporário, mas não dava conta do recado. Em 22 de dezembro de 1993, Kiske fez seu último show com o Helloween e afirmou que só voltaria se Ingo voltasse com ele.

Em 1994, Schwichtenberg se internou em uma clínica de reabilitação e neste período seu pai que era uma das coisas vitais de sua vida faleceu e sem mulher, filho e pai, sua situação piorou e então o Helloween anunciou Uli Kusch, recém-saído do Gamma Ray como seu novo baterista oficial. Algo que abalou muito Ingo, que ainda tinha esperanças de voltar para a banda.

No dia 8 de Março de 1995, Ingo saiu em uma manhã ensolarada pela porta da frente do hospital, deixando apenas um bilhete endereçado a sua irmã, Laura Schwichtenberg: Obrigado por tudo. Me desculpe, mas não tenho saída. Caminhou até a estação de trem de Friedrichsberg, em Hamburgo, onde ficou até pouco depois do almoço. Dizem os maquinistas que ele chorou o tempo todo. Após longo tempo refletindo, Ingo se jogou nos trilhos de trem, pondo fim a sua própria vida.

Kai Hansen em entrevista disse que se arrepende de não ter chamado Ingo para ser o baterista do Gamma Ray na época e fez a música "Afterlife" para Ingo. Michael Kiske fez as músicas "Always" e "Do I Remember A Life?" em homenagem ao amigo, e disse: Rezo todos os dias a Deus, pedindo perdão ao erro do Mr. Smile. Já o Helloween dedicou o álbum "The Time Of The Oath" de 1996 ao ex-baterista.

Ingo esta enterrado no cemitério Waldfriedhof Volksdorf, em Hamburgo. Em seu túmulo, baquetas desenhadas assim como no folheto que ganhou no prêmio Baquetas de Ouro. Sua última bateria está em um museu em Hamburgo.




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7 Comentários

  1. Parabéns pelo conteúdo, muito legal mesmo.

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  2. Legal, muitas dessa coisas eh não sabia. Muito triste a história dele.

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  3. Parabéns pelo conteúdo, não fazia ideia dessas informações!!

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  4. Muito legal, muito tocante e triste a história dele, pra mim foi o melhor baterista do Helloween.

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  5. Muitas coisas que eu não sabia.
    Cara muito talentoso mas com um destino muito triste..

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  6. QUERIA SABER DE ONDE TIRARAM ISSO DE QUE ELE TINHA FILHO? ATÉ ONDE EU SEI ELE NÃO TINHA FILHOS NEM MULHER SOMENTE UMA NAMORADA SÓ QUE ELA NÃO O ABANDONOU.BIOGRAFIA TOTALMENTE EQUIVOCADA.

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