No dia 04 de dezembro de 1998, Helloween e Iron Maiden iriam se apresentar no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. O Helloween estava em turnê junto com o Iron Maiden para divulgar o seu mais recente álbum, "Better Than Raw", e esteve junto com a banda britânica durante toda a parte europeia e sul-americana da turnê Virtual XI.
Helloween e Iron Maiden são duas das bandas internacionais que mais se apresentaram no Brasil e marcam presença no país em quase todas as suas turnês de lançamento. O Brasil é parte importante na história das duas bandas, mas esse evento marcou a história de passagens das duas bandas por solo brasileiro de forma negativa.
Muitos fãs do interior paulista viajaram até Campinas e estavam ansiosos para o show, que seria um marco para toda a região. Mas devido à forte chuva que ocorreu na cidade, a estrutura montada para o show foi danificada e as apresentações tiveram que ser canceladas.
Os problemas começaram com a forte chuva que caiu durante toda a noite anterior e se estendia durante o dia do show, causando diversos danos à estrutura do show e os equipamentos. Já com os fãs, os problemas começaram com a abertura dos portões, que deveriam ser abertos às 16h, mas às 22h, para um show que começaria às 23h, ainda não tinham sido abertos, o que fez com que o público que aguardava fora do estádio, estourasse os portões e invadisse o local. Toda essa demora para abrirem os portões foi devido a tentativa da produção de consertar os danos causados pela chuva forte nos equipamentos, e o forte risco de curto-circuito na área do palco e onde ficaria o público – segundo a produção.
Horas antes do que seria o maior show de heavy metal de Campinas, as bandas sobrevoaram o local do show e constataram que não haveria condições para a realização do show, decidindo assim por cancelar a apresentação.
Com a notícia do cancelamento, que só foi dada ao público 10 minutos antes do programado para começarem os shows, as aproximadamente 8 mil pessoas que aguardavam pelo show se revoltaram e iniciaram a depredação do local, invadindo o palco e outras áreas fechadas. A invasão causou um grande prejuízo, estimado em 400 mil reais com a destruição dos equipamentos de luz e som. O Iron Maiden teve uma mesa de som importada da Alemanha danificada no meio da confusão, o valor da mesa de som era de 55 mil dólares.
A tropa de choque da PM foi chamada às pressas, às 23h30, para retirar os cerca de 8.000 fãs do interior do estádio. A organização chamou a PM porque o público não queria deixar o estádio.
No conflito entre a PM e o público, uma pessoa levou uma pedrada nas costas e um policial teve dois dentes quebrados e ferimentos na boca. "Até a minha tropa apanhou muito. Isso é um absurdo", disse o coronel Élzio Lourenço Nagalli, responsável pelo CPAI-2 (Comando de Policiamento de Área do Interior-2).
Segundo o coronel, a Polícia Militar não recebeu nenhuma solicitação para a segurança do evento. Ele disse que, em casos de shows de grande público, a polícia deveria ser acionada ou, pelo menos, manter um grupo em alerta para evitar confrontos. "Esses pedidos passam por mim e não encontrei nada até agora", disse Nagalli à reportares na época.
Com o confronto entre os fãs e a tropa de choque, mais prejuízos foram contabilizados. A PM teve 11 veículos danificados, um prejuízo estimado em 20 mil dólares. De acordo com a administração do estádio, os danos no local foram de US$ 20 mil. Foram quebradas oito catracas eletrônicas, vidros da administração, portões do estádio, as portas da bilheteria e dos camarotes, além dos vidros do alojamento dos jogadores do Guarani.
Muito se falou sobre o show ser remarcado durante a semana seguinte, até mesmo para o dia seguinte ao cancelamento. Era dito que as bandas poderiam fazer o show na Pedreira do Chapadão, em Campinas. Porém isso não ocorreu, por que as bandas já tinham outros compromissos.
Segundo o produtor Fabio Garrito, da Impacto Brasil Production, a produção tentou manter contato com a Prefeitura de Paulínia para usar o sambódromo da cidade para o show. As duas bandas voltariam ao Brasil no dia 15 do mesmo mês, após se apresentar em Buenos Aires, na Argentina. Mas a agenda de shows das duas bandas não permitiria que retornassem ao Brasil. "Oferecemos mais R$ 95 mil para eles retornarem, mas eles teriam que cancelar um outro show e é impossível uma nova data", disse o produtor.
O produtor ainda apresentou, no dia 8 de dezembro, uma carta que teria sido emitida pelo produtor do Iron Maiden, Dick Bull. A carta, que não teria data e nem informações de onde era, confirmava as razões do cancelamento do show como sendo as chuvas e o perigo de choque no palco.
Com a não realização do evento com o Helloween e o Iron Maiden, começou a procura pelo ressarcimento do valor pago pelo ingresso. A produção do show disse que talvez deixaria de ressarcir 60% dos ingressos pagos pelo evento. O número equivale a 4.522 das 7.537 pessoas que compraram o ingresso do show.
Segundo o diretor da Impacto Brasil Production, Fábio Garrito, e seu advogado, Marcelo Fonseca de Castro, somente os fãs que tivessem os ingressos em mãos teriam direito ao ressarcimento. A devolução do dinheiro foi marcada para uma sexta-feira, na frente do estádio do Guarani, exatamente uma semana depois do tumulto. Outras datas de devolução foram agendadas para a semana seguinte no mesmo local.
A produção do show condicionou a devolução do dinheiro à movimentação da conta de uma empresa de São Paulo, a Mercury Concerts, que era a responsável pela vinda do Iron Maiden e Helloween ao Brasil. Segundo a Mercury, o show de Campinas foi repassado para a Sopro Produções, de São Paulo, que teria se associado a Impacto. Segundo Castro, a empresa teria os direitos do show do Iron Maiden e Helloween no Brasil e seria parceira da Impacto Brazil Production no show em Campinas.
Segundo Garrito, foram arrecadados R$ 176 mil com a venda dos 7.537 ingressos. Deles, R$ 103 mil foram depositados na conta da empresa de São Paulo. Em três dias de devolução do valor, a produção tinha devolvido R$ 130 mil. Segundo o produtor Fábio Garrito, ainda faltavam R$ 37 mil para serem devolvidos.
No dia 16 de dezembro, último dia de devolução do dinheiro diretamente na bilheteria do Brinco de Ouro, um grupo de fãs que tentava recuperar o dinheiro gasto fez um novo tumulto em frente ao estádio. Eles quebraram um vidro e um pedaço de um dos portões ao perceberem que as bilheterias já haviam sido fechadas. A empresa Impacto Brazil Production, responsável pelo show, prometeu devolver o restante do dinheiro somente na Justiça, a polícia orientou as pessoas a procurarem o 10º DP para registrar boletins de preservação de direitos. Cerca de 200 pessoas ficaram sem o ressarcimento do valor pago pelos ingressos.
O Procon (Coordenadoria de Defesa dos Direitos do Consumidor) recebeu reclamações de pessoas que compraram ingresso para o show do e não conseguiram a devolução do dinheiro. Foi aberto um inquérito para apurar todo o caso e a empresa Impacto Brazil Production.
Felizmente esse acontecido não amedrontou as duas bandas e elas retornaram inúmeras vezes ao Brasil, inclusive gravando DVD’s no país e fazendo juras de amor aos fãs brasileiros.
Helloween e Iron Maiden são duas das bandas internacionais que mais se apresentaram no Brasil e marcam presença no país em quase todas as suas turnês de lançamento. O Brasil é parte importante na história das duas bandas, mas esse evento marcou a história de passagens das duas bandas por solo brasileiro de forma negativa.
Muitos fãs do interior paulista viajaram até Campinas e estavam ansiosos para o show, que seria um marco para toda a região. Mas devido à forte chuva que ocorreu na cidade, a estrutura montada para o show foi danificada e as apresentações tiveram que ser canceladas.
Os problemas começaram com a forte chuva que caiu durante toda a noite anterior e se estendia durante o dia do show, causando diversos danos à estrutura do show e os equipamentos. Já com os fãs, os problemas começaram com a abertura dos portões, que deveriam ser abertos às 16h, mas às 22h, para um show que começaria às 23h, ainda não tinham sido abertos, o que fez com que o público que aguardava fora do estádio, estourasse os portões e invadisse o local. Toda essa demora para abrirem os portões foi devido a tentativa da produção de consertar os danos causados pela chuva forte nos equipamentos, e o forte risco de curto-circuito na área do palco e onde ficaria o público – segundo a produção.
Horas antes do que seria o maior show de heavy metal de Campinas, as bandas sobrevoaram o local do show e constataram que não haveria condições para a realização do show, decidindo assim por cancelar a apresentação.
Com a notícia do cancelamento, que só foi dada ao público 10 minutos antes do programado para começarem os shows, as aproximadamente 8 mil pessoas que aguardavam pelo show se revoltaram e iniciaram a depredação do local, invadindo o palco e outras áreas fechadas. A invasão causou um grande prejuízo, estimado em 400 mil reais com a destruição dos equipamentos de luz e som. O Iron Maiden teve uma mesa de som importada da Alemanha danificada no meio da confusão, o valor da mesa de som era de 55 mil dólares.
A tropa de choque da PM foi chamada às pressas, às 23h30, para retirar os cerca de 8.000 fãs do interior do estádio. A organização chamou a PM porque o público não queria deixar o estádio.
No conflito entre a PM e o público, uma pessoa levou uma pedrada nas costas e um policial teve dois dentes quebrados e ferimentos na boca. "Até a minha tropa apanhou muito. Isso é um absurdo", disse o coronel Élzio Lourenço Nagalli, responsável pelo CPAI-2 (Comando de Policiamento de Área do Interior-2).
Segundo o coronel, a Polícia Militar não recebeu nenhuma solicitação para a segurança do evento. Ele disse que, em casos de shows de grande público, a polícia deveria ser acionada ou, pelo menos, manter um grupo em alerta para evitar confrontos. "Esses pedidos passam por mim e não encontrei nada até agora", disse Nagalli à reportares na época.
Com o confronto entre os fãs e a tropa de choque, mais prejuízos foram contabilizados. A PM teve 11 veículos danificados, um prejuízo estimado em 20 mil dólares. De acordo com a administração do estádio, os danos no local foram de US$ 20 mil. Foram quebradas oito catracas eletrônicas, vidros da administração, portões do estádio, as portas da bilheteria e dos camarotes, além dos vidros do alojamento dos jogadores do Guarani.
Muito se falou sobre o show ser remarcado durante a semana seguinte, até mesmo para o dia seguinte ao cancelamento. Era dito que as bandas poderiam fazer o show na Pedreira do Chapadão, em Campinas. Porém isso não ocorreu, por que as bandas já tinham outros compromissos.
Segundo o produtor Fabio Garrito, da Impacto Brasil Production, a produção tentou manter contato com a Prefeitura de Paulínia para usar o sambódromo da cidade para o show. As duas bandas voltariam ao Brasil no dia 15 do mesmo mês, após se apresentar em Buenos Aires, na Argentina. Mas a agenda de shows das duas bandas não permitiria que retornassem ao Brasil. "Oferecemos mais R$ 95 mil para eles retornarem, mas eles teriam que cancelar um outro show e é impossível uma nova data", disse o produtor.
O produtor ainda apresentou, no dia 8 de dezembro, uma carta que teria sido emitida pelo produtor do Iron Maiden, Dick Bull. A carta, que não teria data e nem informações de onde era, confirmava as razões do cancelamento do show como sendo as chuvas e o perigo de choque no palco.
Com a não realização do evento com o Helloween e o Iron Maiden, começou a procura pelo ressarcimento do valor pago pelo ingresso. A produção do show disse que talvez deixaria de ressarcir 60% dos ingressos pagos pelo evento. O número equivale a 4.522 das 7.537 pessoas que compraram o ingresso do show.
Segundo o diretor da Impacto Brasil Production, Fábio Garrito, e seu advogado, Marcelo Fonseca de Castro, somente os fãs que tivessem os ingressos em mãos teriam direito ao ressarcimento. A devolução do dinheiro foi marcada para uma sexta-feira, na frente do estádio do Guarani, exatamente uma semana depois do tumulto. Outras datas de devolução foram agendadas para a semana seguinte no mesmo local.
A produção do show condicionou a devolução do dinheiro à movimentação da conta de uma empresa de São Paulo, a Mercury Concerts, que era a responsável pela vinda do Iron Maiden e Helloween ao Brasil. Segundo a Mercury, o show de Campinas foi repassado para a Sopro Produções, de São Paulo, que teria se associado a Impacto. Segundo Castro, a empresa teria os direitos do show do Iron Maiden e Helloween no Brasil e seria parceira da Impacto Brazil Production no show em Campinas.
Segundo Garrito, foram arrecadados R$ 176 mil com a venda dos 7.537 ingressos. Deles, R$ 103 mil foram depositados na conta da empresa de São Paulo. Em três dias de devolução do valor, a produção tinha devolvido R$ 130 mil. Segundo o produtor Fábio Garrito, ainda faltavam R$ 37 mil para serem devolvidos.
No dia 16 de dezembro, último dia de devolução do dinheiro diretamente na bilheteria do Brinco de Ouro, um grupo de fãs que tentava recuperar o dinheiro gasto fez um novo tumulto em frente ao estádio. Eles quebraram um vidro e um pedaço de um dos portões ao perceberem que as bilheterias já haviam sido fechadas. A empresa Impacto Brazil Production, responsável pelo show, prometeu devolver o restante do dinheiro somente na Justiça, a polícia orientou as pessoas a procurarem o 10º DP para registrar boletins de preservação de direitos. Cerca de 200 pessoas ficaram sem o ressarcimento do valor pago pelos ingressos.
O Procon (Coordenadoria de Defesa dos Direitos do Consumidor) recebeu reclamações de pessoas que compraram ingresso para o show do e não conseguiram a devolução do dinheiro. Foi aberto um inquérito para apurar todo o caso e a empresa Impacto Brazil Production.
Felizmente esse acontecido não amedrontou as duas bandas e elas retornaram inúmeras vezes ao Brasil, inclusive gravando DVD’s no país e fazendo juras de amor aos fãs brasileiros.
1 Comentários
Isso foi claramente um golpe. Nunca iria acontecer o show. Tanto que nem a polícia foi comunicada. A chuva só começou bem depois das 16h qdo os portões deveriam ter sido abertos. O palco era ridículo não comportaria as bandas. Haviam placas de madeira totalmente soltas, muito mal organizado. Não tinha estrutura de shows. Muito mais do que 200 pessoas ficaram sem a restituição dos ingressos pq muitas pessoas como eu passaram pela bilheteria e entregaram os ingressos, por isso não foi possível entrar com processo. Só quem comprou pista não entregou pq arrombaram o portao. O que aconteceu foi que eles não contavam com a invasão que ocorreu. Não fosse por isso, nem satisfação teriam dado. Muitos fas se machucaram. Muitos levaram tiros de borracha da PM. Foi horrível!!
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